Histórico

Resumo Histórico de Embu-Guaçu

A história de Embu-Guaçu remonta ao período colonial, quando suas terras pertenciam inicialmente a São Paulo e, em 1832, passaram a integrar Santo Amaro. A ocupação efetiva da região começou no século XIX, destacando-se a presença da família Moraes, especialmente Emília Pedrozo de Moraes, filha do influente Capitão Manoel José de Moraes. A família desenvolveu atividades agropecuárias e comerciais que impulsionaram o crescimento local.

Com a criação do município de Itapecerica em 1877, Embu-Guaçu passou a ser um de seus distritos. A construção da Represa de Guarapiranga, entre 1906 e 1908, trouxe impactos para a região, enquanto a chegada da Estrada de Ferro Sorocabana em 1929 impulsionou o comércio e a mobilidade. Nos anos 1930, Benedito Roschel de Moraes abriu a primeira casa comercial e foi instalada a Escola Mista de M’Boy Guassu, marco na educação local.

A década de 1940 foi marcada pela pavimentação de estradas e pela criação do distrito de paz, fortalecendo os laços políticos com Itapecerica. O aumento populacional levou à construção de escolas, ao fortalecimento do comércio e à maior participação em eleições estaduais e nacionais. Com isso, a ideia da emancipação começou a ganhar força.

A primeira tentativa de emancipação ocorreu em 1953, mas foi negada devido à falta de requisitos populacionais e arrecadatórios. A população continuava enfrentando dificuldades de transporte, saneamento e infraestrutura. A situação persistiu até 1963, quando uma nova mobilização popular resultou na realização de um plebiscito em 8 de dezembro. O resultado foi amplamente favorável, e Embu-Guaçu se tornou município independente.

Em 1965, José Simões Louro Júnior foi eleito o primeiro prefeito. Nos anos seguintes, o município experimentou um crescimento acelerado, impulsionado pela migração de mineiros e nordestinos. Nos anos 1970, a população dobrou, refletindo-se na ampliação da infraestrutura. Foram inauguradas escolas, postos de saúde, além da instalação de indústrias como a Palquima – Indústria Química Paulista. A energia elétrica foi expandida em 1967, e, em 1974, teve início a construção da subestação elétrica da cidade.

O crescimento trouxe desafios como saneamento básico e transporte. Em 1975, estudos apontaram que a maioria dos poços estavam contaminados, impulsionando os esforços para a criação da rede de esgoto e abastecimento de água. As estradas permaneciam precárias, dificultando a ligação com São Paulo e municípios vizinhos. Em 1976, o município foi atingido por grandes enchentes que isolaram parte da população.

Na década de 1980, o crescimento populacional continuou acelerado. Em 1982, a Caixa Econômica Federal instalou sua primeira agência na cidade, e a CESP concluiu as obras da subestação de energia. O município passou a investir no turismo e no lazer, com a criação de áreas recreativas e loteamentos. A década de 1980 é marcada pelo crescimento esportivo da cidade com o estabelecimento do São Paulo Beisebol Clube em 1982, e em 1983 com o amistoso da Seleção Brasileira de Futsal contra o Grêmio Recreativo Rossi, o clube mais representativo do município na época.

O progresso trouxe consigo desafios como aumento da violência e ocupação irregular. O município seguiu enfrentando dificuldades de urbanização, mas manteve o esforço para melhorar sua infraestrutura e oferecer melhores condições à população. Apesar dos dados alarmantes nos anos 1990, a situação social do município melhora substancialmente a partir da década de 2010.

A história de Embu-Guaçu reflete um longo processo de desenvolvimento, marcado por desafios superados graças ao empenho de seus moradores. Da ocupação inicial à emancipação e urbanização, a cidade construiu sua identidade e segue evoluindo, preservando sua história e buscando um futuro mais estruturado.

Linha do Tempo – História de Embu-Guaçu

Século XVI

• 1554: Fundação da Vila de São Paulo, à qual Embu-Guaçu pertencia inicialmente.

Século XIX

• 1832: Santo Amaro se separa de São Paulo e passa a administrar a região.
• 1849: Nascimento de Emília Pedrozo de Moraes, figura importante na ocupação da região.
• 1867: Casamento de Emília Pedrozo de Moraes com José Pires Albuquerque; formação da Fazenda da Ilha (Itararé).
• 1877: Itapecerica se torna município e Embu-Guaçu passa a ser um de seus distritos.

Século XX

• 1906-1908: Construção da Represa de Guarapiranga, impactando a região.
• 1929: Chegada da Estrada de Ferro Sorocabana, impulsionando o comércio e transporte.
• 1932: Benedito Roschel de Moraes inaugura a primeira casa comercial da cidade.
• 1934: Fundação do Clube Atlético Embu-Guaçu.
• 1935: Criação da Escola Mista de M’Boy Guassu, a primeira da região.
• 1936: Início da construção da Estrada do Santa Rita, ligando a estação ferroviária às minas de caulim.
• 1944: Embu-Guaçu é elevado à categoria de distrito de Itapecerica da Serra.
• 1945: Primeira participação dos moradores de Embu-Guaçu em eleições presidenciais.
• 1950: Construção da primeira ponte sobre o Rio Embu-Guaçu.
• 1951: Primeiro “Casamento Caipira”.
• 1953: Primeira tentativa de emancipação do distrito, negada pelo governo estadual.
• 1963: Realização do plebiscito, com vitória da emancipação; Embu-Guaçu se torna município.
• 1965: Primeira eleição municipal; José Simões Louro Júnior é eleito prefeito.
• 1967: Expansão da energia elétrica para a região.
• 1970: Explosão populacional; Embu-Guaçu atinge 10.280 habitantes.
• 1974: Instalação da subestação elétrica da cidade.
• 1976: Grande enchente isola parte da população.
• 1979: Início dos primeiros projetos turísticos em Embu-Guaçu.
• 1982: Instalação da primeira agência da Caixa Econômica Federal na cidade.
• 1983: Conclusão do “linhão” que garantiu estabilidade no fornecimento de energia elétrica ao município.
• 1989: Primeira festa de “Peão de Boiadeiro”.
• 1997: Fim do trem de passageiros.

Século XXI

• Embu-Guaçu segue crescendo e enfrentando desafios urbanos, estruturais e ambientais, consolidando-se como um município estratégico da Grande São Paulo.